Encerramento do Centro de Testes Rápidos de Antigénio
A Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Politécnico de Coimbra (ESTeSC-IPC) vai encerrar no próximo domingo o Centro de Testes Rápidos de Antigénio (TRAg) que tem em funcionamento desde 14 de janeiro de 2022. O fim das atividades letivas e a redução da procura por parte da comunidade externa ao Politécnico de Coimbra justificam o encerramento da estrutura onde, desde o início do ano, foram realizados cerca de 4200 testes antigénio.
“Após um período de elevada procura, quer por parte da comunidade IPC quer por parte da população, nas últimas semanas o número de testes realizados tem vindo a cair abruptamente”, explica o presidente da ESTeSC-IPC, Graciano Paulo, lembrando que o acordo inicial com a Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) – que assegurava a disponibilização do material de testagem – passava por manter o serviço ativo até junho. “Foi-nos pedido que alargássemos o funcionamento por mais alguns dias, para dar resposta a um eventual aumento de infeções no período que se seguiu aos festejos dos santos populares, mas atualmente já não se justifica manter a estrutura”, esclarece.
Ainda assim, o dirigente faz um balanço positivo da atividade. “Havia alguma limitação no acesso à testagem na margem esquerda do Mondego, com impacto não só nos nossos estudantes – que necessitavam de realizar testes para aceder a atividades letivas e estágios (sobretudo em contexto hospitalar) – mas também para os habitantes desta zona da cidade”, descreve. A abertura do Centro TRAg da ESTeSC-IPC “veio facilitar o acesso à testagem, sem custos e com maior comodidade para os utentes”, subinha. Recorde-se que os resultados de testagem eram prontamente comunicados às autoridades de saúde e, nos casos de antigénio positivo (16 por cento do total de testes realizados), o Centro TRAg da ESTeSC-IPC garantia a realização de colheitas para o teste confirmatório de PCR.
“O surgimento o Centro TRAg da ESTeSC-IPC veio reforçar a oferta existente em Coimbra, especialmente na margem esquerda do rio Mondego, na fase mais crítica da pandemia, permitindo maior celeridade no diagnóstico e, assim diminuindo a cadeia de transmissão do vírus SARS-CoV2”, corrobora o diretor do centro, António Gabriel, assumindo que, numa fase inicial, este trabalho “exigiu uma grande entrega de toda a equipa envolvida, dada a elevada procura”.
O impacto da estrutura extravazou as fronteiras do Politécnico de Coimbra: apesar de aberto aos estudantes e profissionais de todas as unidades orgânicas do IPC (com uma delegação móvel periódica na Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Oliveira do Hospital), 51,14 por cento dos testes antigénio realizados dizem respeito a utentes externos à comunidade académica. O centro TRAg da ESTeSC-IPC foi ainda opção para mais de 350 pessoas que ali realizaram colheitas para teste confirmatório de PCR com códigos gerados pelo Serviço Nacional de Saúde, após teste de antigénio realizado noutro local.
Com capacidade para a realização de 200 testes de antigénio diários (que foi esgotada nos períodos críticos da pandemia) e funcionamento de segunda a domingo, em regime de autoagendamento, o Centro TRAg da ESTeSC-IPC resultou dos esforços do IPC e das suas seis Escolas (que asseguraram o espaço e os recursos humanos, num investimento de cerca de 50 mil euros), a ARSC (que disponibilizou os testes) e da União de Freguesias de e São Martinho do Bispo e Ribeira de Frades (que providenciou o transporte da colheitas PCR para laboratório). “A todos os envolvidos, a Presidência da ESTeSC-IPC expressa um sentido agradecimento pela incansável colaboração”, refere Graciano Paulo.
“O IPC, em conjunto com todos os envolvidos, com especial destaque para a ESTeSC, cumpriu a sua missão de, enquanto instituição proactiva, apresentar soluções para a sua comunidade interna e envolvente, refletindo a ligação ao território da instituição de ensino que, como casa de ciência que é, tem uma responsabilidade maior nesta luta de saúde pública”, afirma, por sua vez, a vice-presidente do IPC, Ana Ferreira. A dirigente destaca as “inúmeras mais-valias” que o Centro TRAg representou para a comunidade: redução da pressão nos hospitais e outros laboratórios e farmácias; possibilidade de acesso gratuito por parte de toda a população; redução do risco de transmissão do vírus; acesso às aulas em contexto hospitalar/estágios e possibilidade de deslocação em segurança, ao fim-de-semana, para junto das famílias por parte dos estudantes do IPC.